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TRATAMENTOS

Essa região do corpo humano nem sempre reflete para a população em geral, e também para muitos profissionais da área da saúde, a complexidade de algumas doenças e dores que alberga ou que nela se manifestam. É motivo de reflexão o fato de que muitos pacientes relatam dores consideradas banais ou corriqueiras em suas bocas, mas que se tornaram crônicas; e que afetam suas vidas de forma incompreensível para eles mesmos, seus familiares e até para os profissionais da área da saúde.

Dois desafios sobre dor nos esperam neste avançado estágio de conhecimento e tecnologia. Comecemos pela dor de dente, provável motivo da existência da profissão de cirurgião-dentista. A dor de dente em uma pessoa saudável pode ter implicações completamente diferentes daquela que acomete um hemofílico ou um doente com doenças sistêmicas graves. Complica-se o panorama quando deixa seqüelas, o que aumenta o nível de complexidade dos pacientes acometidos, incluindo necessidades médicas, internações hospitalares e equipes multiprofissionais especializadas.

Muitos profissionais da área de saúde desconhecem a variabilidade de dores que acometem a boca e a face. Nem sequer conhecem o impacto, psicológico e social, na vida dos doentes: dor de dente, neuralgia do trigêmeo, ardência bucal, dores faciais atípicas e as dores de cabeça provenientes dos músculos da mastigação ou da articulação da mandíbula (disfunção da ATM). O câncer bucal causa dores fortes e pode ser causado pela cárie dentária; pode ser a manifestação atípica de uma enxaqueca, uma dor cardíaca, um tumor ou expressão de um quadro psiquiátrico importante. A dor na boca pode ser provocada pela leucemia, com intensidade leve ou excruciante; pode ser localizada em um dente ou espalhar-se pela cabeça, pescoço, tórax e corpo. Mulheres na menopausa queixam-se de terrível ardência bucal e são desacreditadas por seus maridos, filhos e, muitas vezes, por seus médicos ou cirurgiões-dentistas.

Diante disso, com toda a excepcional e importante tecnologia a nosso dispor, temos ainda dois grandes desafios na área de dor: entender essas dores desconhecidas e resolver as velhas e já conhecidas dores da boca. Texto adaptado do livro “Dores Mudas – As conseqüências das dores orofaciais na saúde”, Editora Maio, 2004.

 

 

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